Personalidades que fizeram parte da história Escadense

Cícero Dias

Cícero dos Santos Dias (1907-2003) foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor. Transita por diferentes vertentes da pintura ao longo de sua carreira e destaca-se por ser um artista em uma busca constante por diversas formas de se expressar. Grande representante da pintura modernista do Brasil. É autor do painel "Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife", obra que irrompeu o cenário modernista no país.

Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, na cidade de Escada, Zona da Mata, Pernambuco, no dia 05 de março de 1907. Filho de Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias era neto do Barão de Contendas. Passou sua infância no engenho da família. 

Com treze anos, Cícero Dias foi levado para o Rio de Janeiro onde foi interno no Mosteiro de São Bento. Em 1925 ingressou nos cursos de Arquitetura e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, mas não os concluiu alegando que a escola o impedia de experimentar novos caminhos que não os da arte tradicional.

Entre 1925 e 1928, Cícero Dias teve contato com os grupos modernistas. Em 1928 realizou sua primeira exposição individual. Em 1929 colaborou com a revista Antropofagia. É dessa primeira fase do artista a obra "Porto" (1930).

Em 1931 realizou uma exposição no Salão Revolucionário, da Escola de Belas Artes, onde expôs o polêmico painel de 15,5 metros de largura por 2 metros de altura, pintado entre 1926 e 1929, "Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife". 

A obra causou escândalo pelo tamanho, pelas imagens oníricas e pelos nus ousados para a época. Agressores cortaram a parte chamada "Mulheres Nuas e Ação" e o painel perdeu três metros. A obra marcou seu ingresso, definitivo, na vanguarda modernista do país.

Em 1932, Cícero Dias retornou para o Recife, onde passou a lecionar desenho em seu ateliê instalado na cidade. No ano seguinte ilustrou a primeira edição da obra de Gilberto Freire, Casa Grande & Senzala.

Mudança para Paris

Simpatizante do Partido Comunista, o artista foi perseguido pela ditadura do Estado Novo. Nesse mesmo ano, resolveu se mudar para Paris, onde conheceu Henri Matisse e Pablo Picasso, de quem se tornou amigo.

Em 1942, durante a ocupação da França pelos nazistas, Cícero Dias foi preso e enviado para a Alemanha.

Assim que conseguiu sua libertação, viajou para Portugal, onde viveu em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Em 1943 participou do Salão de Arte Moderna em Lisboa, onde foi premiado.

Nessa época, sua obra passou por uma fase de transição, conhecida como "fase vegetal", na qual ele sai da figuração e começa a entrar na abstração, para na fase seguinte chegar a uma abstração plena.

Em 1945, Cícero Dias fixou residência em Paris e integrou-se ao grupo abstrato, "Espace". Realizou frequentes viagens ao Brasil e aos países onde seus quadros eram expostos.

Em 1948, no Brasil, realizou intensas atividades especialmente com murais. O edifício da Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco foi adornado por três painéis do artista, entre eles o primeiro trabalho abstrato da América Latina.

Curiosidades sobre Cícero Dias 

A primeira exposição individual de Cícero Dias foi em um Hospício.

Além de ser conhecido por ser o pintor da "Guernica Brasileira", Cícero foi o grande responsável por trazer a verdadeira Guernica ao Brasil, na Segunda Bienal de São Paulo, pela sua amizade com Pablo Picasso. Além disso, Cícero Dias também fez com que Picasso emprestasse mais 30 de suas obras para a exposição.

Em 1998, quando tinha 91 anos de idade, recebeu do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França.

Cícero Dias morreu em janeiro de 2003, aos 95 anos, na cidade de Paris.


Samuel Campelo 

Samuel Carneiro Rodrigues Campelo, nascido de uma família de agricultores, filho de Diogo Carneiro Rodrigues Campelo e Leopoldina Amélia Carneiro Campelo, veio ao mundo aos 12 dias do mês de outubro de 1890, no engenho Arimunã, município de Escada, Estado de Pernambuco.

Estabeleceu-se no município de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, onde sua formação intelectual foi construída. Desde jovem demonstrou ter aptidões literárias, em especial para o jornalismo e o teatro, este último sua grande paixão. Aos 13 anos, já escrevia os primeiros artigos. Aos dezesseis apareceu pela primeira vez em público, como amador, no palco do Clube Esportivo de Socorro, no município de Jaboatão (atual Vila Militar), onde representou a comédia Bicho e seu Rancho, de Ernesto Paula Santos. A sua dedicação ao teatro amador estendeu-se por quase seis anos, representando em vários espaços culturais e contracenando com artistas em evidência do seu tempo.

Sua primeira peça foi a farsa em um ato Peripécias de um defunto, que teve o seu nome mudado para Engano da peste. Foi escrita em 1909 e sua estréia aconteceu em 24 de setembro de 1910, no grêmio dramático Arraialense, de Casa Amarela, no Recife, representado pela Troupe Dramática Familiar Arraialense. Também em 1910, escreveu e apresentou no grêmio dramático Espinheirense, a farsa em um ato O amor faz coisas. No período de 1903-1911, Samuel Campelo criou e participou de grêmios literários e teatrais, a exemplo dos Grêmios Jaboatonense Seis de Março (do qual foi primeiro secretário) e Frei Caneca (fundador), grêmio dramático Arraialense e grêmio dramático Espinheirense. Encerrou sua fase amadora representando um galã cínico da peça, tipo de sua predileção, no drama em cinco atos A escrava Andréa, em 13 de maio de 1911, na Polinia Dramática Areiense.

Sua trajetória teatral é assim interrompida para fazer seus estudos para bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito do Recife, concluídos em 1912. Neste mesmo ano, ingressou no Ministério Público, no interior do Estado de Pernambuco, como promotor público de Vitória, cargo que exerceu por quase cinco anos e do qual foi demitido unicamente por questões políticas.

Em 1916, advogou, junto com Célio Meira, em Jaboatão, Gravatá, Bezerros, Limoeiro. Nas localidades por onde passou, mesmo seguindo a profissão que abraçara, sempre se fazia presente nos movimentos literários. Três anos depois, veio morar definitivamente no Recife (1919), onde seu interesse pelo teatro e sua produção de peças foi crescente.

No jornalismo, Samuel Campelo manteve a revista literária Fanal por três anos (1903-1906), foi colaborador n'A Faísca (1907), n'O Proscênio (1910-1911) e no Jornal do Recife (1922), redator d'O Frevo (1908), onde utilizava o pseudônimo de Leumas, e do Diário de Pernambuco (1922), e diretor d'O Jaboatonense (1911) e do Parnaso (1911). Fundou o periódico A República(1911) e A Coluna, semanário literário (1916), tendo sido redator-secretário de A Rua (1922) e crítico de arte d'A Província (1922).

Do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, foi sócio efetivo (1916) e orador eleito sucessivamente de 1920-1927; membro efetivo da Academia Pernambucana de Letras, na cadeira de Francino Cismontano [pseudônimo de Francisco do Brasil Pinto Bandeira e Acioly de Vasconcelos]; secretário da Defesa da Borracha; secretário da Faculdade de Medicina do Recife; da Assistência a Psicopatas; delegado de polícia, escriturário do Tesouro do Estado de Pernambuco.

Há de se destacar também sua atuação quando Pernambuco viveu um conflito político por causa da candidatura do general Dantas Barreto em oposição ao candidato conselheiro Rosa e Silva para as eleições governamentais. Samuel Campelo apoiara o general Dantas Barreto e encarregou-se da propaganda dantista em Jaboatão, onde realizou o primeiro comício pró Dantas Barreto e do qual foi um dos oradores. Inclusive, em 12 de outubro de 1911, quando da chegada do general ao Recife, Samuel Campelo esteve presente e para ele escreveu e dedicou um soneto.

Depois da Revolução de 30, Samuel Campelo foi nomeado administrador do Teatro Santa Isabel. A década de 30, no Recife, é tida como palco pioneiro do teatro e a cidade Maurícia como escola. Em 2 de agosto de 1931, Samuel formou o Grupo Gente Nossa que reuniu talentos da arte cênica como Elpídio Câmara, Luiz Maranhão, Lourdes Monteiro, Luiz de França, Amália de Sousa, Lenita Lopes, Vicente Cunha e Luiza Teixeira. O Grupo estreou com a peça A honra da tia, de autoria de Samuel Campelo, no Teatro Santa Isabel, e tornou-se a primeira companhia do Nordeste. Quatro anos depois, num editorial do Jornal do Commercio, o Grupo foi muito elogiado e se reconheceu os efeitos benéficos do trabalho desenvolvido por Samuel. Inclusive, afirma o editorial, foi o Grupo Gente Nossa "que tornou acessível o ingresso do povo ao teatro Santa Isabel, anteriormente freqüentado unicamente pela sociedade rica e portentosa".

Valdemar de Oliveira, amigo, admirador e seguidor do "bom teatro, do teatro limpo, digno" que Samuel Campelo defendeu e divulgou, assistiu a todo o seu empenho, juntamente com o Grupo Gente Nossa, de construir um teatro que ele chamaria de "Nosso Teatro", nome que Valdemar de Oliveira preservou quando "construiu o Teatro para o Teatro de Amadores de Pernambuco" (TAP). Assim, não se pode falar sobre o Teatro de Amadores sem falar em Samuel Campelo. O TAP é "filho" do Grupo Gente Nossa, é a continuidade dos seus ensinamentos.

Produções Teatrais 

A HONRA DA TIA - 1921

  • Comédia em três atos. Sua estréia foi no Teatro Moderno do Recife, pela Companhia Alda Garrido. (29 de outubro de 1921). 
  • Serviu para a estréia do Grupo Gente Nossa. (02 de agosto de 1931). 

NOITES DE NOVENA - 1925*

  • Burleta (comédia ligeira) de costumes em três atos, foi encenada pelo grêmio familiar Madalense com música de Raul Morais. (*Escrita em 1925, apenas em 1928 foi encenada). 

AVES DE ARRIBAÇÃO e A ROSA VERMELHA - 1926

  • Operetas em 3 atos com partitura de Valdemar de Oliveira, com estréia pela companhia Vicente Celestina: no teatro do Parque do Recife. (9 de julho de 1926).
  • Teatro Santa Izabel. (31 de janeiro de 1927).  

SAE, CARTOLA - 1927

  • Revista em dois atos, música de Valdemar de Oliveira, encenada pela companhia Ari Nogueira, no Teatro do Parque. (21 de junho de 1927).  

IH! HI!  -  1927

  • Revista em um ato, música de Nelson Ferreira, representada pela companhia Otília Amorim pela primeira vez no teatro Helvética do Recife. (09 de agosto de 1927).  

OS VIZINHOS JAZZ-BAND - 1928

  • Entreato cômico, escrito para uma festa de Maria e Ilídio Amorim. (1928).

VITREAUX - 1928

  • Revista em dois atos, em colaboração com Humberto Santiago, estreada em Belém do Pará pela companhia Nazaré. (setembro 1928).

TERRA E MAR - 1930

  • Sainete (comédia curta) patriótico em três quadros, escrito especialmente para uma festa da Escola de Aprendizes Marinheiros do Recife. (11 de junho de 1930). 

UMA SENHORA VIÚVA - 1930

  • Comédia em três atos, estréia no Teatro São José, do Rio de Janeiro, pela companhia Dulcina de Morais. (07 de junho de 1930). 
  • Depois musicada por João Valença para o grêmio familiar Madalense. (04 de maio de 1931).  

RAPA CÔCO - 1930

  • Revista de crítica em dois atos, com música de João Valença e José Capibaribe. Estréia no Teatro Santa Izabel. (05 de dezembro de 1930).

VARIAÇÕES DO VERBO AMAR* - 1931

  • Comédia farsa em três atos, representado pelo Grupo Gente Nossa no Teatro Santa Isabel. (22 de novembro de 1931). 

 AGITE-SE - 1931

  • Comédia em três atos estreada pelo Grupo Gente Nossa, na festa do 55º aniversário da inauguração do atual edifício do Santa Izabel. (10 de dezembro de 1931). 

O MISTÉRIO DO COFRE - 1933

  • Farsa policial em três atos, em colaboração com Valdemar de Oliveira e Eustórgiio Vanderlei. Estreada pelo Grupo Gente Nossa. (11 de agosto de 1933). 

A MADRINHA DOS CADETES* - 1933

  • Opereta em três atos, partitura de Valdemar de Oliveira. Estréia pelo Grupo Gente Nossa. (16 de dezembro de 1933).

MULATO* - 1935

  • Alta comédia em três atos. Estréia pelo Grupo Gente Nossa. Drama social. (13 de maio de 1935).

É DO LORÉ 

  • Revista em colaboração com Santos Carvalho e levada pela companhia portuguesa deste autor no Teatro Santa Isabel. (Sem informação de data).

COIÓ TRANSFORMISTA 

  • Farsa em um ato. (Sem informação de data).  

TUDO ÀS AVESSA

Revista em um prólogo, dois atos, duas apoteoses. (Sem informação de data). 

TEM CASA E NÃO CASA 

  • Comédia em três atos. (Sem informação de data). 

MANGAS DO JASMIN 

  • Entreato, levada no rádio. (Sem informação de data) 

S. O. S. - 1938

  • Última peça de Samuel Campelo. Alta comédia. Encenada pela companhia Renato Viana, no Ceará, obteve sucesso, mas no Recife ficou inédita. Crítica aos princípios totalitários. (1938). 

 * escritos especialmente para o Grupo Gente Nossa.

A 10 de janeiro de 1939, faleceu Samuel Campelo, um marco da história do teatro de Pernambuco.




Tobias Barreto 

Tobias Barreto de Meneses, nasceu na Vila de Campos do Rio Real, 07 de junho de 1839, era filho de Pedro Barreto de Menezes e Emerenciana de Menezes. 

Foi um filósofo, poeta, crítico e jurista brasileiro e fervoroso integrante da Escola do Recife, um movimento filosófico de grande força calcado no monismo e evolucionismo europeu. Foi o fundador do condoreirismo brasileiro. Com apoio de seu amigo Silvio Romero, foi designado Patrono da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras.

Aprendeu as primeiras letras na cidade onde nasceu, sob a orientação do Professor Manoel Joaquim de Oliveira Campos. Aos 11 anos de idade dedicou-se ao latim, na cidade de Estância, com o Padre Domingos Quirino de Souza e recebeu as primeiras noções de músicas, com o Maestro Santa Fé. Aos 16 anos, iniciou a carreira como professor, dando aula de primeiras letras para os interessados.

Em 1857, aos 18 anos, orientado pelo Dr. Salustiano Orlando, participou e foi aprovado no concurso para o cargo de professor de cadeira de Latim da Vila de Itabaiana. 

Em 1862, foi para o Recife, capital pernambucana. Em 1863, prestou exame e foi aprovado para o Curso de Direito, na Faculdade do Recife, e matriculou-se em março de 1864.  

Em 1869, antes de concluir os estudos na Faculdade de Direito, Tobias casou-se com Grata Mafalda dos Santos, filha do Coronel João Félix dos Santos - que era Senhor de Engenho em Escada, interior de Pernambuco. Dessa união nasceram nove filhos: Pedro, João, Francisco, Maria, Eros, Aspásia, Manoel, Targélia e Calíope. Aspásia e João, possivelmente, nasceram em Escada, pois eles foram batizados na Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação da Escada. 

A partir de 1871, passa a residir e advogar em Escada (comarca judicial de Escada criada em 1874). Presidiu a Junta Paroquial e foi Fundador do "Clube Popular Escadense".

Chegou a ser eleito para a Assembleia Provincial, mas não conseguiu progredir na política partidária local. Foi uma importante voz liberal contra a escravatura.

A vida e a obra do ilustre poeta, estão inseridas nesse texto literário que apresenta parte da história do sergipano. A cidade de Escada-PE teve o privilégio de acolhê-lo como filho adotivo, durante 10 anos e 8 meses. 

De fevereiro de 1871 a outubro de 1881, foi o período em que o grande advogado, professor, poeta, político e filosofo Tobias Barreto residiu no município de Escada, exercendo suas atividades como advogado e dedicando-se também a política, chegando a ser Deputado Provincial (1879 a 1880). Em 1871 fixou residência em Escada, tornando-se conhecedor dos problemas políticos e sociais que envolviam os habitantes da pequena vila. Iniciou à defesa dos pobres, negros e escravos, vítimas dos massacres praticados pelos aristocratas. 

Diante de tal situação, Tobias Barreto solicitou a ajuda de um cliente e amigo, Pedro Antônio Gomes Magnata, o qual fundou uma tipografia, na Avenida São José (Rua da Cadeia), nº 22, onde passou a publicar periódicos, brochuras, a Revista Estudos Alemães e célebre discurso em Mangas de Camisa e outras obras. Criticava sempre a postura política dos "açucarocratas", como ele próprio os chamava. Durante sua passagem pela cidade de Escada, começou a escrever parte do magnífico livro de poemas, Dias e Noites. 

Sua luta contra as arbitrariedades praticadas em Escada, contribuiu bastante para incrementar sua agressividade. Não perdia oportunidade de apontar erros na vida dos homens públicos dessa cidade. Revoltado com o insucesso e o retrocesso cultural do povo escadense, pronunciava sempre a frase, "Isto é escada somente para descer".  

De 1874 à 1881, várias poesias foram escritas por Tobias Barreto, inspiradas na sociedade de Escada, tornando-se parte do seu livro "Dias e Noites", o qual foi impresso no Rio de Janeiro. Alguns poemas marcaram essa época como Jeronyma (1871), Papel Queimado (1873) e Namoro Não é Crime, cujos versos originou-se de um processo judiciário em que Tobias Barreto advogou para Antônio Pedro Gomes Magnata, que se envolveu com uma jovem escadense. O juiz considerando que namoro não era crime, previsto no código criminal, iniciou a sentença da seguinte forma: Considerando que namoro não é crime... Tobias aproveitou a oportunidade e escreveu o poema abaixo: 

Namoro não é Crime 

Em 1877, fundou o Clube Popular que tinha como objetivo lutar pela educação intelectual da mulher brasileira e a mudança de mentalidade do povo escadense. 

Em 1881, por motivo de desentendimento com os herdeiros do seu sogro, Tobias Barreto foi envolvido injustamente numa questão de escravos, herança de sua esposa, Grata Mafalda. Sua casa foi cercada pela polícia e capangas, ameaçado de morte decidiu residir no Recife. 

Em 1882, foi aprovado, em primeiro lugar no concurso, para uma vaga na Faculdade de Direito. Conquistou o título de Jurisconsultor, devido o seu vasto conhecimento em Direito. 

Em 1887, vítima de uma doença renal crônica, foi obrigado a licenciar-se como professor. 

Faleceu no dia 26 de junho de 1889, aos 50 anos de idade.      


Antônio Hermenegildo de Castro 


Cel. Manuel Antônio dos Santos Dias 


José Mário Bezerra Leite de Araújo, nasceu no dia 12 de agosto de 1940, era filho do comerciante Mário Loureiro de Araújo e de Maria José Bezerra de Araújo. Formado em Bacharel de Direito pela Universidade Federal de Pernambuco no ano de 1976.

Foi casado durante 47 anos com Sra. Deluse Damasceno.

Era pai de 3 filhos, Marcelo Leite, Adriana e Maria Carolina.

Em 1982 foi eleito prefeito pelo município de Escada, administrando a cidade até o ano de 1988.

Em 1992 foi eleito pela 2ª vez e ficou no cargo de prefeito até o ano de 1996, durante esses dois mandatos foi considerado um dos melhores prefeitos do Brasil.


Coronel Antônio Marques de Holanda Cavalcanti 

Antônio Marques de Holanda Cavalcanti, nasceu no engenho Diamante, no dia 31 de dezembro de 1827. Era filho de João Marques Correia da Costa e da sua 3ª esposa Paula Francisca Cavalcanti de Albuquerque. Batizou-se em 1828, no oratório do engenho onde nasceu, seus padrinho foram Sebastião dos Óculos Arcoverde Pernambuco Cavalcanti e Ana Maria José de Melo. Casou-se com Pânfila da Silveira Lins no dia 16 de setembro de 1844, no oratório do Engenho Matapiruma, sendo o celebrante Padre José Gonçalo, conforme licença do Padre João Zeferino Peres, Vigário de Escada. Após o matrimonio o casal foi residir no engenho Matapiruma.

Em julho de 1847, mudou-se para o Sítio Pata Choca, no Engenho Mameluco, transferindo-se para o Engenho Taquara, onde construiu a casa-grande, a qual foi inaugurada no dia 22 de maio de 1859. No dia 03 de dezembro de 1864, passou a residir, finalmente, no Engenho Mameluco.

No dia 17 de abril de 1866, faleceu a sua esposa Pânfila da Silveira Lins, deixando a descendência de dez filhos: Antônio (faleceu logo após); Paula; Olímipa; Deolina; Antônio; Pânfila; Arcanja; Otília; Henrique Marques de Holanda Cavalcanti e Teudelina.

Em 24 de junho de 1871, Antônio Marques, contraiu núpcias pela segunda vez, com Ana Rita Gonçalves da Rocha, no oratório do Engenho Taquara, cujo celebrante foi o Padre Simão de Azevedo Campos, e desse segundo casamento nasceu uma filha, Ana Rita.

Em 1877, o Coronel Antônio Marques de Holanda Cavalcanti, fundou a Usina Barão de Suassuna, denominada na época de Usina Mameluco que ficava localizada no engenho do mesmo nome.

O pai do Coronel, possuía os seguintes engenhos: Limoeirinho, Diamante, Jundiá, Campestre e Taquara.

O Coronel Antônio Marques de Holanda Cavalcanti faleceu no dia 19 de junho de 1887 e foi sepultado, a seu pedido, às margens da estrada do Engenho Mameluco sob uma mangueira. 

Maria Amélia Cavalcanti de Albuquerque  

1854 - 1934

Maria Amélia Cavalcanti de Albuquerque nasceu em 8 de agosto de 1854, na casa grande do Engenho Dromedário, na cidade de Escada, onde residiam seus avós maternos. Era filha de João Florentino Cavalcante de Albuquerque e de Erundina Siqueira Cavalcante de Albuquerque.

No final do século XIX, a mulher brasileira começou a desafiar as normas sociais vigentes, enfrentando as restrições impostas e buscando espaço no ensino superior, especialmente na medicina. Esse período era marcado por uma moralidade que dificultava até mesmo a busca por atendimento médico feminino, uma vez que era considerado inapropriado que o corpo de uma mulher fosse examinado por um profissional do sexo masculino.

Nesse contexto de desafios e resistências, Maria Amélia Cavalcanti de Albuquerque destacou-se como a primeira mulher pernambucana a se formar em medicina, tornando-se também pioneira na área da toco-ginecologia. Graduou-se no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1892, apresentando a tese "Do Eritema Nodoso Palustre". Posteriormente, foi a primeira médica a atuar no Recife, estabelecendo seu consultório na Rua 1ª de Março, atualmente denominada Conde da Boa Vista.

Apesar dos desafios enfrentados ao longo da vida, Maria Amélia construiu uma carreira de sucesso e conquistou respeito e reconhecimento. Faleceu no dia 27 de outubro de 1934, já cega, mas cercada pelo apoio de seus familiares e amigos. Curiosamente, esse mesmo ano marcou a formação das primeiras mulheres médicas pela Faculdade de Medicina do Recife, um feito que reflete o avanço da presença feminina na medicina e o legado deixado por pioneiras como Maria Amélia Cavalcanti de Albuquerque.


Manoel Bandeira 

1900 - 1964

O pintor Manoel Bandeira nasceu no engenho Limoeirinho, no município de Escada, Estado de Pernambuco, no dia 2 de maio de 1900. Ele assinava o seu nome como M. Bandeira ou Manoel com a letra o, no sentido de marcar a pequena diferença em relação ao nome do poeta, também pernambucano, Manuel Bandeira. Era um indivíduo humilde, prudente e simples, extremamente ligado às raízes recifenses. Sobre si mesmo, ele dizia:

Não tive mestres. Aprendi a pintar assim como o aprendiz de barbeiro aprende a cortar cabelo: vendo o mestre trabalhar. A pintura - a aquarela, por exemplo - comecei a fazê-la olhando os quadros, bem como o bico-de-pena. Apesar de não seguir escolas, tenho grande admiração pelos pintores espanhóis, de Grieco até Ignácio Juruaja.

Manoel Bandeira começou a pintar em 1912, no Liceu de Artes e Ofícios. Em se tratando de técnica, ele costumava desenhar com bico-de-pena e tinta nanquim ou estilete - no caso dos trabalhos sobre papel gessado -, além de elaborar pinturas com aquarela, guache e óleo. O artista plástico elaborou também um rico acervo sobre a arquitetura do Brasil Colonial: reproduziu sobrados, telhados, portões das chácaras, grades, janelas, ruas, casas, sótãos, praças, lampiões a gás, mocambos, carruagens, cais, pessoas com seus trajes da época, vendedores ambulantes, enfim, uma paisagem cultural, todo um documentário sociológico e histórico de uma região e de seus habitantes, em distintos momentos de sua evolução.

Bandeira desenhou uma série de personalidades: Joaquim Nabuco, Maurício de Nassau, Vidal de Negreiros, Dom Pedro I, Dom Pedro II, Felipe Camarão, Dom João VI, Frei Caneca, Henrique Dias, o Conde dos Arcos, Estácio Coimbra, Gervásio Pires Ferreira, Oliveira Lima, Barreto de Menezes, João Fernandes Vieira, entre tantas outras. Documentou inúmeros municípios nordestinos, também, através dos seus trabalhos: Recife, Olinda, Goiana, Paulista, Cabo, Jaboatão, Abreu e Lima, Camaragibe, Moreno, São Lourenço da Mata, Palmares, Ribeirão, Goiana. Neste sentido, Manoel Bandeira desenhou em bico-de-pena o Palácio Episcopal de Olinda, as ruínas do Forte de Gaibu, o Forte de Pau Amarelo, o Convento do Carmo, em Goiana, a Matriz da Boa Vista, a Igreja de Santa Cruz, no Recife, as igrejas Nossa Senhora de Boa Hora, São Sebastião, a Basílica do Carmo, o Mosteiro de São Bento e o Seminário, em Olinda, as ruínas da Fortaleza de Tamandaré, os municípios de Serinhaém e Itamaracá no período da dominação holandesa e a Igreja de São Pedro dos Clérigos, no Recife.

O artista desenhou ainda uma série de ilustrações do folclore nordestino para o livro Lobishomem da porteira velha, do folclorista Jayme Griz; as cidades Ouro Preto, Congonhas, Vila Rica, Sabará e São João d'El Rei, no Estado de Minas Gerais; o Castelo de São Jorge, Alfama e Mouraria, o Elevador de Santa Justa e a Torre de Belém, em Lisboa; vinhetas em miniatura representando cabeças de anjos, igrejas, janelas, lampiões, cadeiras, bem como capitulares, iniciais, entre outros.

O poeta Manuel Bandeira, grande fã do Manoel Bandeira pintor, assim escreveu sobre ele no jornal Diario de Pernambuco: "Xará, o batuta é você". Pouco ambicioso do ponto de vista material, o artista era empregado da Pernambuco Tramways, hoje Celpe, e viveu apenas com o salário que recebia como desenhista profissional, e de algumas ilustrações que fazia para livros e jornais.

Quando uma vez lhe perguntaram por que não se mudava para o Sul do País, para poder triunfar na arte e ter uma vida melhor, o pintor respondeu de imediato: "porque não posso levar meu Recife e sem ele não posso viver".

Manoel Bandeira faleceu no dia 3 de março de 1964. Devido ao Golpe Militar ocorrido neste mesmo ano, a imprensa registrou muito pouco a sua morte. Os seus trabalhos foram publicados em 1967, pelo Arquivo Público Estadual de Pernambuco, três anos após o seu falecimento. Com o intuito de perpetuar o artista plástico, evitando que ele caísse no esquecimento, o Governo do Estado de Pernambuco, a pedido do antropólogo Waldemar Valente, destinou uma rua e um grupo escolar com o nome Manoel Bandeira.


Vigário Simão Pedrosa 

1847 - 1936

Padre Francisco Raimundo da Cunha Pedrosa nasceu no dia 19 de junho de 1847, no Sítio Pau Amarelo do Engenho Prado, freguesia de Tracunhaém, município de Nazaré da Mata, Pernambuco. Era filho do Capitão Raimundo da Cunha Pedrosa e de Dona Maria José dos Prazeres Cunha Pedrosa.

Em 1864, aos 17 anos de idade, partiu para o Seminário de Olinda. Ordenando-se no dia 03 de novembro de 1870.

Seus biógrafos dizem que ele chegou à paróquia de Escada no dia primeiro de janeiro de 1888. Entretanto, seu nome já consta nos livros de assentos de batismos e casamentos daquela freguesia, desde 1862. É provável que ele tenha sido um dos coadjutores do Cônego Simão de Azevedo Campos, vigário daquela freguesia, e, depois, o tenha substituído.

Ao assumir a paróquia, no discurso de posse feito ao povo escadense, ele solicitou a construção de um cemitério em um lugar mais apropriado, por achar que a continuação de sepultamentos ao lado da Igreja Matriz era contrária aos preceitos da higiene e salubridade pública. O seu pedido foi atendido após dezesseis anos. Encerrou suas palavras declarando as seguintes palavras: "Nunca militei, nem milito em nenhum dos partidos políticos deste país, não me envolvo direta nem indiretamente nas lutas partidárias; não voto finalmente. Tal tem sido sempre a minha conduta e espero em Deus e na Santíssima Virgem, nossa augusta Padroeira, assim levar o resto de minha vida paroquial. A minha política é o Evangelho, a minha luta é a luta da cruz".

Foi considerado, na época, um pioneiro em viagens marítimas dentro e fora do Brasil. Publicando obras importantes sobre estas viagens. Sendo elas Notas de Viagens (1900) e Terra Santa. Além de outras obras como: A Santíssima Eucaristia (compilação de 1906), Jesus Cristo (1918), Escada (1924), Cartas e Cartões (coletânea de 35 cartas). E uma autobiografia, escrita por ele, contendo quarenta e oito páginas e datada de 1923.

Em 1922, ele interferiu, de forma, não partidária, na política pernambucana, escrevendo uma carta ao presidente do Brasil, Epitácio Pessoa solicitando a permanência da Força Federal nos quartéis, impedindo, dessa forma as injustiças, crimes e perseguições políticas que estavam acontecendo em Pernambuco durante as eleições para governador.

O seu pedido foi atendido imediatamente. Foi enviado um novo comandante à frente da Força Federal com ordem terminante para contê-la nos quartéis, fazendo, assim, reinar a paz.

A carta enviada ao Presidente Epitácio Pessoa pelo Vigário Pedrosa, redigida em Escada, é considerada em Pernambuco, um importante documento histórico.

Em dezembro de 1934, aos 84 anos de idade, recebeu na Casa Paroquial de Escada, a visita do General Manuel Rabelo, ex-interventor de São Paulo e Comandante da 7ª Região Militar que veio conhecê-lo pessoalmente. Após ter recebido uma carta na qual o Padre Pedrosa, prestava solidariedade ao General pelas críticas e maus julgamentos feitos pelos pernambucanos sobre o ele. Tornaram-se grandes amigos, e uma semana depois, o Vigário Pedrosa visitou o General em sua residência.

O quarto distrito de Paz da freguesia da Escada, onde surgiu o povoado de Cambão Torto, posteriormente, chamado de Vila São José da Boa Esperança, sempre esteve aos cuidados do Vigário Pedrosa e de seus coadjutores desde 1868, ano em que se iniciou a feira livre na localidade, até 1904, quando o bispo Dom Luiz Raimundo da Silva Brito criou a freguesia de Amaraji, designando o padre Raimundo Higino Rodrigues de Assunção, seu primeiro vigário.

Na Vila São José da Boa Esperança, o Vigário Pedrosa foi coadjuvado por vários padres que oficiavam atos religiosos como: missas, batizados e casamentos, quer na capela de São José da vila, quer nas capelas e oratórios particulares dos engenhos.

O Vigário Pedrosa faleceu no dia 18 de novembro de 1936, sendo sepultado na Igreja Matriz da Escada. Atualmente no local, encontra-se o altar da Capela do Santíssimo.


Monsenhor João Rodrigues de Carvalho 

1907 - 1982

João Rodrigues de Carvalho, nasceu aos 04 de setembro de 1907 na cidade de Glória de Goitá, Pernambuco. Filho de José Rodrigues de Azevedo e Virgínia Rodrigues de Carvalho.

Ingressou no seminário de Olinda e Recife aos 29 de março de 1919. 

Recebeu o Sacramento da Ordem pela imposição das mãos de S. Emª Cardial Pompili, Vigário de S.S. Pio XI. 

Celebrou sua 1ª Missa aos 20 de abril de 1930 nas Catacumbas de São Calixto, sobre o túmulo de Santa Cecília em Roma, Itália. 

De 1931 a 1937 foi Vigário Cooperador da Paróquia de Santo Antão e posteriormente Vice-Reitor e Ecônomo do Seminário de Olinda e Recife. 

Designado pelo Exm. Sr. Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Miguel de Lima Valverde para o Pároco da Escada, assumindo aos 01 de janeiro de 1938. 

Nomeado Cônego e Monsenhor aos 14 de julho de 1945 e 14 de novembro de 1964, respectivamente em Escada, foi professor de inglês e francês no Colégio Nossa Senhora da Escada.     

O Monsenhor João Rodrigues de Carvalho faleceu no dia 26 de fevereiro de 1982, sendo sepultado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação da Escada.  


Padre Geraldo Leite Bastos 

1934 - 1987

Nascido na cidade de Moreno (PE), em 1934, foi ordenado padre na Arquidiocese de Olinda e Recife em 08 de dezembro de 1961, e designado para a comunidade de Ponte dos Carvalhos, distrito do município do Cabo de Santo Agostinho, na periferia da Grande Recife, sendo o primeiro pároco dali. Já no começo de 1962, iniciou a construção de uma Igreja Matriz, que até então funcionava em local improvisado, próximo da qual depois ele construiu a atual sede, nas margens da BR-101, com a ajuda dos fiéis. Foi pároco de Ponte dos Carvalhos de 1962 a 1980.

Em 1972, Geraldo faz uma visita à Comunidade de Taizé, na França, e posteriormente em 1974, com um grupo de 12 pessoas faz uma longa turnê em terras europeias: comunidades da França, Alemanha e Itália. Sua ação foi também significativa no intercâmbio internacional entre Igrejas, como nas Dioceses de Freiburg (Alemanha) e Nápoles (Itália) e Taizé (França).

O trabalho pastoral de Geraldo não se resumiu ao ofício do sacerdócio, tendo dedicado-se também ao canto litúrgico. Desenvolve uma experiência pioneira de inculturação em terras brasileiras: autor de vários hinos baseados nos Salmos da bíblia, consegue unir a antiga tradição litúrgica da Igreja às manifestações culturais do povo. Seu dom para outros campos das artes o eleva à categoria de "um melhores e mais dotados padres do clero católico romano do Recife" (Dom Sebastião Armando in FELIX FILHO, 2013). Os "dotes" do Geraldo se estenderam ao teatro, aos vitrais, à confecção de imagens sacras, à pintura, à dança, à arquitetura, às alfaias litúrgicas. Deixou sua marca em inúmeros artistas, dentre os quais o renomado cantor Nando Cordel, ex-integrante do coral da igreja da Ponte, o vitraleiro Fernando da Escada e o santeiro Diácono Genival Lima.

Em 1975, Geraldo assumiu, por 2 anos, a liderança da recém-criada Paróquia do Morro da Conceição, em Recife, mas manteve seu trabalho em Ponte dos Carvalhos.

A partir de 1980 foi pároco no município de Escada, (onde idealizou e escreveu a encenação da Via Sacra em praça pública), até a data da sua morte, aos 52 anos de idade, em 19 de abril de 1987, um Domingo da Ressurreição de Cristo (Domingo de Páscoa).


Severina Maria da Conceição (Biu Romeira) 


Luiz Dias Lins 

1898 - 1982

Nascido no dia 26 de maio de 1898, Dias Lins era filho de Zenóbio Marques da Silveira Lins e Filonila Tereza dos Santos Dias foi fundador em 1925 da Companhia Industrial Pirapama.

Dias Lins era casado com Mariza Maciel Dias Lins, primeira filha de José do Rêgo Maciel (ex-prefeito do Recife) e irmã do ex-governador de Pernambuco, Marco Antônio de Oliveira Maciel.

Formado no Rio de Janeiro em Engenharia em 1918, mas tarde elegeu-se deputado federal pela UDN por cinco mandatos consecutivos.

Recém-formado pela então Escola Politécnica do Rio de Janeiro, o Dr. Luiz Dias Lins regressou ao Estado de Pernambuco para encetar sua vida profissional. Antes, porém, teve os seus conhecimentos reclamados para os trabalhos de demarcação de uma propriedade de sua família localizada no município da Escada. E foi no desempenho dessa incumbência que o engenheiro Luiz Dias Lins, há mais de oitenta anos, se defrontou com a queda d'água do Rio Pirapama, encostada na propriedade que lhe cabia demarcar.

Faleceu no dia 26 de Março de 1982 


Narciza Christina de Albuquerque Bastos 


Dona Liêta

Julieta de Sena Wanderley, filha de José Sabino Wanderley e Maria Dolores de Sena Wanderley, nasceu no dia 22 de novembro de 1917, à Rua Barão de Suassuna, nº 166, hoje residência da tradicional família do farmacêutico Sinval de Carvalho, município de Escada.

Era apreciadora da música, dedicando-se à prática musical sob orientação do Professor Damásio, com quem aprendeu a tocar serafina. Em plena juventude dedicou-se ao magistério, graças ao incentivo do Monsenhor João Rodrigues de Carvalho, tornando-se desta forma, uma exímia professora.

Trabalho na Escola Paroquial e na Escola Manoel Borba, a qual era mantida pela Usina Barão de Suassuna, funcionava também no prédio da Paróquia, ao lado da Matriz.

Sendo ela responsável pela matrícula da escola, tinha o cuidado de selecionar os alunos e matricular apensas crianças pobres, oriundas de famílias numerosas, as quais cursavam do Preliminar até a Admissão ao Ginásio.

Além de transmitir conhecimentos, dava atenção especial à formação religiosa do alunado, às boas maneiras e o lazer, verdadeira educação para a vida.

Fundou o CEP (Centro esportivo Paroquial), onde os alunos jogavam futebol e vôlei, no campo da Matriz, além de praticar outros esportes e competições.

A formação dos alunos era uma das prioridades da saudosa Mestra. A Missa aos domingos, a confissão, a comunhão e a participação da cruzada eucarística, em tenra e idade. As datas festivas eram vivenciadas com grande alegria, no campo ao lado da Matriz. Não dispensava os jogos e competições como a corrida de saco, linha na agulha, o ovo na colher, morder a maçã e outros.

Teve uma vida dedicada à religião, e às atividades comunitárias. Os alunos eram tratados como verdadeiros filhos, cuidando de suas família quando passavam por crise financeira, necessitavam de orientação ou uma palavra de conforto. Nela encontrávamos um mão estendida e um ombro amigo para nos apoiar.

A casa de Dona Liêta sempre foi um centro de assistência: social, religiosa e psicológica, onde alunos, ex-alunos e amigos buscavam alento para o espírito nos momentos de angústia e desespero, encontrando, muitas vezes, alívio e solução para os seus mais complexos problemas.

Na igreja tinha uma vida dedicada aos trabalhos religiosos como professora e catequista, ensinando a doutrina cristã aos alunos, familiares e todos que faziam parte do seu convívio. Era devota fervorosa do Coração de Jesus e fazia parte do Apostolado da Oração, como exemplo de zeladora. Sempre foi um ponto de apoio para todas as associações religiosas da nossa igreja, encaminhando as crianças, logo cedo, para fazer parte da cruzada eucarísitica, onde permaneciam até o início da adolescência, sob os cuidados da saudosa Professora Dona Cila.

Cantora nata, Dona Liêta era presença constante nas Missas, Terços e outras festividades religiosas, nas quais tocava e serafina e cantava belíssimos hinos de louvor. Após vários anos ela se aposentou, mas continuou suas atividades em prol da Igreja Católica e da Assistência Social, embora acometida pela enfermidade de Mal de Parkinson e com a saúde bastante comprometida, não deixava seus compromissos perante Deus e a comunidade.

Faleceu no dia 10 de maio de 2012, levando consigo parte da história de Escada. Desta cidade era história viva, exemplo de fé e amor pelos necessitados.


Reginaldo Rufino


Maria Gaúcha  

Maria Clementina Pinto de Azevedo


Ruth de Moraes Jatobá 


Amaro de Arruda Cabral 


José Luís Minduca 

1961 - 2016

José Luis Minduca, foi um homem admirável e respeitado. Nascido no dia 29 de novembro de 1961 no município de Escada, Pernambuco, era filho de Maria das Dores Minduca e Antonio Nogueira Minduca. Passou a infância na cidade até o momento em que cursou o ensino médio.

No ano de 1980, mudou-se para capital pernambucana com o objetivo de cursar odontologia na Universidade Federal de Pernambuco, tornando-se odontólogo quatro anos depois. Em 1986, ingressou no quadro de saúde da Marinha do Brasil, desempenhando a função de juiz auditor militar, indo para a reserva como primeiro tenente.

Em 1996 criou o prêmio "Minduca de Cultura", assumindo, no ano seguinte, a diretoria de cultura de Escada. Por vários anos assinou a coluna cultural dos jornais Regional e Realidade.

Prestou assessoria cultural no arquipélago de Fernando de Noronha, culminando com o lançamento do livro: Fernando de Noronha - 500 anos depois.

Em 2008, lançou seu terceiro livro: Escada, riqueza de Pernambuco, adotado nas escolas municipais como livro de referência histórica e cultural do município, sendo publicada uma segunda edição anos depois.

Em 24 de maio de 2010 fundou a Academia Escadense de Letras, batizando-a com o nome de casa Tobias Barreto, na qual ocupava a cadeira de numero 02, tendo como patrono o escritor e teatrólogo escadense Samuel Campelo. 

Foi sócio fundador do Lions Clube Escada, idealizador e fundador do Instituto Histórico, Arquitetônico, Arqueológico e Geográfico da Escada - IHAAGE, e da maior feira de artesanato da Mata Sul: a Feira de São Jorge (realizadas em 2015 e 2016). 

Foi membro correspondente da Academia de Letras, Artes e Ciências, de Tobias Barreto em Sergipe, e da Academia de Ciências, Letras e Artes de São Paulo - ALUBRA. 

Participou como membro da instalação do Conselho Municipal de Política Cultural de Escada em março de 2015, e, em 2008, foi candidato a vereador pelo PSC na cidade de Primavera e, em 2016, pela REDE, à prefeitura do município da Escada.


Francisco de Assis Silva


José Ferreira de Araújo Filho  


Arlindo Pichilau 


José Vaz da Silva 

1924 - 2014


Dr. Eurico de Souza Leão 


Olegário de Souza Chaves 


José Maria Chaves 


João Ramalho 

1922 - 2012

João Dias Ramalho, nasceu no dia 19 de março de 1922, em Vertentes-PE. Era filho de Maria Cecília Ramalho e de Martiniano Dias Ramalho. Sendo membro de uma família numerosa, constituída por 12 irmãos, foi necessário iniciar sua vida profissional muito cedo, trabalhando como operário na Usina Estreliana, além de exercer os cargos de barbeiro, alfaiate e prestanista. Casou com a Sra. Maria das Dores, enviuvando em 1946, após o nascimento da primeira filha, Selma Maria.

No dia 11 de outubro de 1949, contraiu segunda núpcia com a Sra. Ceci de Assis Ramalho, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação da Escada. Dessa União nasceram 18 filhos e foram criados: Luzinete, Bernadete, Sérgio, Ivanildo, Gerson, Ivonete, Gilson, Elias, Eliete, Enildes, Eliene e Edilene. Na cidade de Escada trabalhou como tecelão na Companhia Industrial Pirapama, juntamente com sua esposa, dona Ceci. Após sair da Pirapama, o casal resolveu empregar o pouco dinheiro que tinha num pequeno banco de confecção. Compravam tecidos e contratavam a costureira Maria do Amparo Mendes Leão, conhecida como Dona Maria, para confeccionar as roupas de carregação (como eram chamadas). As confecções eram vendidas na feira da cidade de Escada e nos bacuraus das Usinas Massauassu e Barão de Suassuna.

Trabalhou arduamente, e com muito esforço e sacrifício conseguiu fundar a loja ''Casa Ramalho'' no centro de Escada, onde hoje funciona a loja ''Santo Antônio''. Tempos depois comprou uma Rural e tornou-se comerciante ambulante com a ajuda da sua esposa e dos filhos mais velhos. Na proporção em que os negócios foram se expandindo, ele passou a comercializar confecções e calçados em Gameleira, Usina Cucau, Palmares Batateira, Catende e outros locais. Muito simpático e carismático, João Ramalho sabia conquistar a clientela na hora de mostrar as roupas por D. Maria, a fiel costureira. Viajava quase todos os dias para vender seus produtos.

Após anos de comércio, em meados de 1970, resolveu mudar de ramo, empregando o capital numa Kombi para fazer lotação no município de Escada. O sucesso foi total! Outros veículos foram comprados, além de Kobis investiu em Veraneios e, posteriormente, passou para ônibus, oficializando dessa forma, a Empresa de Transportes Coletivos Nossa Senhora da Escada. Surge, portanto o respeitado e bem sucedido empresário, João Dias Ramalho, pioneiro em transportes coletivos no município de Escada.

Ao completar 73 anos de idade, em 19 de março de 1995, recebeu da Câmara Municipal de Escada, o título de ''Cidadão Escadense'', pelos relevantes serviços prestados ao município.

João Ramalho era um homem íntegro, grande empreendedor, humilde, acolhedor e solitário. Teve uma existência de dedicação e amor a família. Era apaixonado pela vida; gostava de cantar e suas músicas preferidas eram: ''Amélia, Carinhoso, Perfidia, Índia, Neque, Boemia, Trem das Onzes, entre outras.

Era torcedor do Sport Club do Recife.

Tinha uma fé em Deus inabalável, afirmando que ninguém realiza nada sem a permissão do Criador. Devoto de Nossa Senhora, dizia a todos que o rodeavam: sempre que pedia a intercessão de Maria junto ao seu Filho Jesus, era atendido.

Impossível esquecer a frase que ele pronunciava: ''O amanhã será sempre melhor.''

Acometido do Mal de Parkinson, faleceu no dia 15 de fevereiro de 2012.

Seus familiares guardam a lembrança e o exemplo do pai, esposo, avô, bisavô, tio e amigo que proporcionou a todos alegria e orgulho, pelo grande homem que ele foi.    


Marcionilo de Barros Lins 

1919 - 2003

Nascido em 20 de março de 1919, em Escada. Em 1938, iniciou o curso de Medicina, foi monitor de Parasitologia, como acadêmico ministrou curso de Química e História Natural, exercendo esta função em vários colégios do Recife. Em 8 de dezembro de 1943, colou grau de médico pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, em 1944 foi nomeado pelo Prof. Barros Lima, então presidente do Instituto de Assistência Hospitalar para o cargo de Assistente Médico do Laboratório de Análises, em 1945 com a criação do departamento Medicina do Hospital da Previdência dos Servidores do Estado de Pernambuco, foi nomeado médico-chefe do Laboratório de referido departamento, cargo que exerceu no período de 1945 a 1956.

Ingressou no magistério superior em Pernambuco como assistente de Química Analítica do Curso Farmácia da Faculdade de Medicina hoje Faculdade de Farmácia, serviço do Professor Ernesto Silva. Em 1950, foi livre docente em Bioquímica do curso médico, e recebeu o título em Doutro em Medicina, 1951 a convite do professor José Gonçalves, então catedrático de Bioquímica, foi transferido para o exercício na referida Cadeira. Em 1954, foi concursado como catedrático da cadeira de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade do Recife, e em 1955 foi professor de Bioquímica da Faculdade de Farmácia da Universidade do Recife. Em 1959, criou o Instituto de Investigações Bioquímicas, hoje denominado Departamento de Bioquímica da UFPE.

Em 1962 a 1965 for professor orientador do curso de bioquímica da Escola de Enfermagem e de Nutrição da UFPE. Em 1964 a 1968 foi diretor da Faculdade de Medicina da UFPE, já em 1965 foi o primeiro presidente da Comissão Central de Pesquisa da UFPE, organizou e planejou o curso de pós-graduação em Bioquímica (mestrado) de 1965 a 1970. Em 1965, implantou o centro de Ensino de Ciências do Nordeste (CECINE) mediante convenio com a Fundação FORD e a SUDENE. Em 1968, foi diretor pro-tempore e organizado do Instituto de Biociências da UFPE.

Em 1969 foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFPE, organizou toda a regulamentação dos cursos de pós-graduação na UFPE. Em 1970, foi eleito vice-reitor e em 1971 reitor da UFPE até 1975. Na década dos anos cinquenta através de uma bolsa da Fundação Rockefeller (1956-1957), trabalhando na Universidade de Chicago, Columbia e em Pensilvânia, além de vários cursos no Rio e em São Paulo. Visitou várias Universidade no Reino Unido em 1966, em 1967 foi aos Estados Unidos, estas viagens favoreceram ao Professor Marcionílio a convidar vários pesquisadores americanos e britânicos para o curso de mestrado em Bioquímica da UFPE.

De 1976 a 1976 foi professor visitante de Bioquímica da Universidade de Saint Andrews na Escócia. De 1980 a 1985, foi designado para ser o primeiro diretor do CNPq na Unidade Nordeste. Posteriormente, em 1987 foi diretor de infraestrutura Social da SUDENE, Membro do conselho diretor da Fundação Joaquim Nabuco, em 1991 a 1992 foi membro do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia.

Foi o professor quem estruturou o Departamento de Física da UFPE, convidando o Professor Sérgio Rezende e o Professor Ricardo Ferreira ao CECINE em 1972, que depois gerou o Departamento de Química fundamental. Recebeu várias comendas, tais como a Medalha da Ordem do Mérito da Cidade do Recife (1968), cavaleiro de Ordem Nacional do Mérito Educativo (1971), Medalha Santos Dumont (1973), Mérito do Núcleo de Processamento de Dados (NPD), o Centro de Educação e o Centro de Artes e Comunicações. 

Recebeu o título de Comendador da Ordem do Mérito Científico Nacional. 

Faleceu no dia 4 de dezembro de 2003.


Dr. Paulo Leite 

1939 - 1988

Paulo Bezerra Leite de Araújo, nasceu em 09/03/1939, primogênito de MARIO LOUREIRO LEITE DE ARAÚJO e MARIA JOSÉ BEZERRA DO NASCIMENTO, morando na Vila Operária, onde passou sua a infância e juventude, estudou no Grupo Escolar Barão de Suassuna e no Ginásio Nossa Senhora da Escada.

Foi atleta amador, destacando-se no voleibol e no futebol, defendendo os clubes do Pirapama, Guarani, Sesiano e Ginásio Nossa Senhora da Escada, como meio campista e lateral esquerdo.

PAULO LEITE, muito cedo foi trabalhar e estudar em Recife, concluído 02 (dois) cursos superiores, na área de ciências humanas, sociologia e direito.

Também militou na política estudantil e partidária, sendo fundador em Pernambuco do MDB e do PDT. Durante a carreira política, a cidade da Escada, sempre foi sua referência e inspiração, seu primeiro mandato eletivo foi como vice-prefeito no ano de 1968.

Ainda foi candidato a prefeito em 1972 e 1976, não conseguindo se eleger prefeito da Cidade que era seu grande sonho.

Em 1982, não podendo ser candidato, trouxe de volta a sua cidade seu irmão, MÁRIO LEITE, que se sagrou eleito, não decepcionando seu povo.

Continuando sua trajetória, em 1986, com o mote Escada de corpo e alma, foi eleito Deputado Estadual com votação expressiva. Seu mandato foi de apenas 10 (dez meses).

O deputado faleceu abruptamente, em 23/01/1988, aos 47 (quarenta e sete anos), em São Paulo-SP.

Deixou 03 (três) filhos, PAULO, FRANCISCO E RAFAEL, que seguem seus princípios e ensinamentos, honrando seus passos.

Hoje, após tanto tempo da partida do deputado, colega, amigo e pai, continuam a lembrar de suas virtudes como exímio orador, obstinado conciliador e dedicado político, por ser combativo e bravo defensor de suas ideias e posições, estabelecidos em 03 (três) pilares, coerência, ética e coragem.


Dr. Benévolo Wanderley do Amaral 


Synval T. de Carvalho 


Zal Brasil 


Lula Albacora 


Nuncyta Almeida 


Genival Almeida (seu Vavá) 


Dr. Augusto Novaes

1922 - 1995

Augusto Oliveira Carneiro de Novais nasceu em Escada no dia 9 de janeiro de 1922, filho de Américo Carneiro de Novais e Maria de Oliveira Novais. Advogado formado na Universidade Federal de Pernambuco em 1944, foi diretor-administrativo da Companhia de Eletricidade de Pernambuco (CELPE) antes de estrear na política.

Eleito deputado estadual via PL em 1947 e 1950, renovou o mandato através do PRT em 1954 e 1958. Após migrar para a UDN foi eleito deputado federal em 1962, mudando para a ARENA com a outorga do bipartidarismo pelo Regime Militar de 1964, reelegendo-se em 1966. Nomeado secretário de Governo pelo Governador Nilo Coelho em 1967, permaneceu no cargo por três anos.

Em 1970 foi eleito Suplente do Senador Wilson Campos, cassado pelo Ato Institucional Número Cinco em 1975. O referido diploma impediu a convocação e efetivação de Augusto Novaes como parlamentar e a referida cadeira ficou em aberto até as eleições de 1978.

Faleceu no Recife no dia 16 de setembro de 1995. 


Seu Santo da Farmácia 


João Cosmo 


Edson de Araújo Nunes 


Antonio Francisco de Sousa (Tonho Escrivão) 










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